Qual é o seu maior desejo? Como você definiria seu objetivo de vida? Sei que essa é uma pergunta difícil, mas proponho a reflexão. Acrescente agora à sua análise: quantos dos nossos desejos se parecem com aqueles que Deus tem para nós?
As bem-aventuranças nos convocam a fazer um auto-exame. Elas nos fazem refletir sobre nossa caminhada como cidadãos do Reino de Deus, apresentando as nossas reais necessidades, muitas vezes diferentes das expectativas que criamos para nós. Todos nós, sem exceção, tínhamos desejos contrários aos de Deus. Mas, ao encontrarmos com Cristo, deixamos a escravidão dos nossos desejos e podemos agora desejar honrar ao nosso Rei.
Como cristãos, passamos a buscar as coisas que são do alto, porque amamos a Cristo (Cl 3.1-4). Em Mateus 5.6 o Senhor Jesus apresenta o que devemos desejar ardentemente: “Felizes os que têm fome e sede de justiça, pois serão saciados.”
Aqui, o cristão não apenas deseja ser um pouquinho melhor ou deixar de querer viver por coisas passageiras, mas como discípulo deve possuir um forte desejo que o consuma: ser faminto por crescer na graça de Cristo, tendo como objetivo a justiça. Aqui dois sentidos podem ser entendidos: o primeiro é o desejo de ter uma vida ética como seguidor do mestre, ser incansável em honrar ao Senhor em cada sentimento, pensamento e ação. O segundo trata-se de um desejo pelo dia final, quando toda a justiça de Cristo Jesus cobrirá a Terra, pois somente então seremos completamente satisfeitos.
Todos nós sabemos que ainda não somos o que deveríamos ser por causa das influências do pecado que atua em nós. Nossos desejos naturais são muitas vezes contrários aos que o Espírito de Deus tem para nós (Rm 7). Mas precisamos desejar profundamente agir em tudo de forma que agrade ao Senhor: em pensamentos, palavras e ações. Perceba que esse desejo é algo que vem da nossa vida em Jesus e não uma forma de ganhar o favor de Deus.
Eu sei, desejar viver esse tipo de justiça parece algo impossível. Mas é justamente por parecer impossível que Jesus nos deu tudo que precisávamos (2Pe 1.3). Jesus tornou possível o que para nós era impossível, e somente assim podemos ser plenamente saciados
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