Sei que para muitos o 31 de Outubro é lembrado como Halloween, o dia das bruxas. Porém, esta data reserva um marco muito maior: A REFORMA PROTESTANTE (31 de Outubro de 1517).
Martinho Lutero, monge alemão, espantado com algumas ideias correntes dentro da sua igreja, levanta se como uma voz que destoa, criticando a venda de indulgências (uma espécie de imposto oferecido em troca de absolvição no céu), venda de relíquias (pedaços da cruz de Cristo, do manto de Cristo, etc...), mas, também, questionando a autoridade papal, entre outros assuntos.
Lutero atirou no que viu e acertou no que nem imaginava existir. Neste ponto, a igreja tomou um novo rumo.
A Bíblia começou a ser encarada como a palavra de Deus, portanto, autoridade máxima, o clero perdeu a sua força diante da própria autoridade de Deus, e, principalmente, a salvação deixou de ser outorgada pela igreja, devolvendo à graça oferecida em Cristo Jesus a maternidade da salvação a todos os que creem.
Esse “novo cristianismo” foi determinado pela igreja vigente como uma seita.
No entanto, 502 anos após Lutero ter afixado suas teses no castelo de Witemberg, entendemos que a igreja de Cristo precisa passar por um novo “raio X”. Muitas ideias combatidas naquela época voltaram e com força, e com ‘roupagem diferente”. Querem ver?
Venda de indulgencias – Muitas igrejas hoje vendem objetos “ungidos”. Travesseiros, água, chaves e até mesmo Bíblias? O que está por detrás disso? A ideia de que alguns amuletos nos auxiliam na busca de uma fé ou poder maior.
Clero – Alguns líderes (pastores e outros) se denominam como homens mais próximos de Deus. Intocáveis. Há quem beije (literalmente) o pé desses homens, numa submissão absurda, como se fossem os representantes de Deus aqui na terra, com exclusividade. Verdadeiros atravessadores que não entenderam que temos apenas um único mediador, Cristo.
Indulgências. Claro que a contribuição é uma doutrina bíblica. O que me assusta é praticamente estabelecer em pleno século XXI um pedágio para o indivíduo ser abençoado e até mesmo entrar no Reino dos Céus. Há quem venda tudo o que tem e entrega à igreja como maneira de alcançar mais bençãos e até salvação.
Templos – Na época da reforma, a Basílica de São Pedro, em Roma, estava sendo construída. As indulgências visavam angariar fundos para a obra. Hoje, é vergonhoso perceber até mesmo em lugares humildes a construção de templos suntuosos. Obviamente Deus merece o nosso melhor. Mas, não nos enganemos, o que ele deseja é o nosso coração. Quem deseja essas verdadeiras pirâmides egípcias são os seus construtores, tentando marcar o seu nome na história.
Precisamos de uma nova reforma? Precisamos retornar às escrituras, viver o evangelho “puro e simples”. Obvio que gostamos de estar num espaço adequado, obvio que devemos reconhecer aos nossos líderes. Mas, não nos esqueçamos de alguns valores trazidos pela reforma: Somente a graça, somente a fé, somente Cristo, Somente a escritura, somente a glória de Deus. O resto é invenção humana e pecado.